JESUS E A TERRA DE ISRAEL


Meus caros amigos e amigas, aproveito esse espaço para postar o curso que ministrei na Paróquia São Pedro (2012) para a turma de teologia: JESUS E O SEU TEMPO.

Espero que esse breve texto aponte para aguás mais profundas. Uma boa leitura.


INTRODUÇÃO
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1, 14).

E o Verbo fez-se homem particular, judeu, num determinado momento da história do mundo. Como homem, ele foi, portanto, marcado pela geografia e pela história do seu país, por sua cultura; esteve sujeito às leis econômicas; entrou nos conflitos políticos; partilhou das esperanças do seu povo...

1.       A DIÁSPORA DO POVO DE ISRAEL
Diáspora é um termo grego que significa dispersão e que foi um fenômeno ocorrido ao longo dos Impérios e domínio de cada época na História da Terra Prometida. A Terra de Israel fica no meio das grandes potências e cada uma por sua vez, vem vencendo a outra. Nesta época a Terra de Israel era um corredor quase obrigatório por onde passavam as grandes vias de transportes entre Ocidente e Oriente. São elas:
1ª ) EGITO (1300 a.C.), escravidão do Faraó; 2ª) ASSÍRIA (650 a.C.), pôs fim no reino do norte e sul; 3ª) BABILÔNIA (600 a.C.), levou o povo judeu para o Exílio; 4ª) PERSIA (450 a.C.), Ciro, o imperador, dá liberdade para todos; 5ª) GRÉCIA (300 a.C.), impõe a cultura grega e seus deuses; 6ª) ROMA (desde 67 a.C.), que venceu a Grécia e dominava no tempo de Jesus. Este foi o maior Império da História.

2.      A SITUAÇÃO POLÍTICA EM ISRAEL NO SÉC. I a.C. e d.C.

2.1.    O período grego (331-167 a.c.)

Em 336 a.C., quando Jadua era o sumo sacerdote, Filipe II da Macedônia foi assassinado quando fazia planos para invadir a Pérsia. Seu filho, Alexandre, sucedeu-o com a idade de 20 anos. Ele uniu toda a Macedônia e a Grécia e, em 334 a.C., atravessou o Helesponto, para libertar as colônias gregas da Ásia Menor. Com apenas 35.000 homens, Alexandre derrotou três generais de Dario III, em Granico, em 334 a.C., após passar uma noite sem dormir e ter tido uma visão de um ancião, que o aconselhava a continuar sua luta contra os persas. No ano seguinte, 333 a.C., Alexandre outra vez derrotou um grande exército em Issus. Somente após esta vitória Alexandre se pôs a sonhar com a conquista do mundo.
Foi a política de Alexandre fazer amigos dos conquistados sempre, quando e onde possível.
Alexandre morreu em 323 a.C., com a idade de 32 anos. Sua maior consecução não é considerada ser seu gênio militar (por grande que fosse). Ele é lembrado principalmente por sua qualidade de estadista. Ele é responsável pela fusão do Ocidente com o Oriente. Derrubando a parede que estava entre o Oriente e o Ocidente, ele foi capaz de abrir as portas do comércio. Através da propagação do idioma grego, a língua franca, o mundo capacitou-se para a comunicação. A cultura grega quebrou as barreiras raciais, sociais e nacionais. A miscigenação das raças estimulou um espírito de cosmopolitanismo, um sincretismo religioso e um interesse no indivíduo.

2.1.1.     Os Ptolomeus e o Egito (321-198 a.C.). Depois da morte de Alexandre, o Império caiu nas mãos de seis de seus generais. Laomedon tomou posse da Síria, Ptolomeu Lagus (Soter) recebeu o Egito, e a Babilônia caiu nas mãos de Seleuco. Os outros três tinham a ver com os judeus. Dentro de dois anos, Ptolomeu e Seleuco derrotaram Laomedon, e os dois generais dividiram o território da Síria. A Palestina ficou sob o controle de Ptolomeu.

2.1.2.Os Selêucidas e a Síria (198-167 a.C.). Durante todo o tempo da dominação ptolomaica na Palestina, os reis selêucidas da Síria estiveram olhando gananciosamente a área rica em ferro e outros metais. Os judeus da Palestina eram um "futebol" político entre os dois países poderosos. Devido a casamentos mistos e complicações políticas, Antíoco III (o Grande) marchou contra Ptolomeu Epifânio, em 198 a.C. Na Batalha de Panéias, o exército egípcio, sob a liderança de Escopas, foi derrotado. Os judeus parece terem recebido Antíoco de braços abertos.

2.1.3.O período macabeu ou hasmoneu (167-63 a.c.). A princípio a resistência dos judeus foi somente passiva. A medida que a perseguição aumentava em intensidade e os fogos da adoração de Deus queimavam cada vez mais baixo, iniciou-se a resistência ativa. A liderança para a organização da resistência ativa começou com um sacerdote, na cidade de Modin, situada entre Jerusalém e Jope. Matatias era da linhagem de um certo Asamoneu ou Chasmon (Hasmon). É deste último nome que a família tirou seu nome, hasmoneu. Estando avançado em idade, Matatias teve cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jonatã. Judeus de toda a Palestina, insatisfeitos com as políticas de helenização de Antíoco Epifânio e o sacerdócio corrupto, vieram a responder à chamada às armas. Muito antes, os hasidim ou assideus (zelotes da lei) uniram-se a Matatias. Após um ano e a morte do pai, a liderança do exército passou a Judas, Simão servindo como conselheiro principal. Judas provou ser um general capaz e levou o nome de Macabeu ("Martelador"). Depois de uma série de brilhantes vitórias, ele entrou em Jerusalém e rededicou o Templo, em 25 de dezembro de 165 a.C.


2.2.   O período romano (63 a.c. — 135 d.c.)

Império Romano = república: Cônsul (poder executivo); Senado (presidido por um príncipe, poder legislativo e militar); Pontífice (poder religioso).
Todos esses poderes foram reunidos numa única pessoa = Imperador.
 Jesus coincide com o governo de dois imperadores: Otavio Augusto (27-14 d,C) e Tibério (14-37).
No NT aparece quatro figuras importante com o nome de Herodes:
ü  Herodes o Grande reinou na Palestina entre 37 e 4 a.C. (Mt 2);
ü  Herodes Antipas,  governou a Galiléia e a Peréia  entre 4 a.C e 39 d.C. ( Mc 6, 17-29; Lc 23, 8-12);
ü  Herodes chamado Agripa I governou sobre toda a Palestina  41-44. (At 12,1-19);
ü  Herodes chamado Agripa II governou Cálcis e as regiões ao norte da Galiléia entre 48-95. (At 25, 13-26,32)
2.2.1. Sob Herodes, o Grande (63-4 a.C.) — Com a morte da rainha Alexandra Salomé, em 69 a.C., tanto o poder político como o religioso passaram para as mãos de um filho muito brando, João Hircano II. Seu irmão, Aristóbulo II, era muito ambicioso. Hircano foi persuadido a desistir do trono, mas reteve o ofício de sumo sacerdote. Aristóbulo logo cobiçou essa posição também. Antípater, um idumeu e conselheiro de Hircano, viu uma oportunidade de jogar um irmão contra o outro. Tomando o partido do irmão mais fraco, ele persuadiu Hircano que sua vida estava em perigo, e, assim, foi feito apelo a Pompeu, general romano. Em 63 a.C., Pompeu entrou em Jerusalém e decidiu em favor de Hircano. Contudo, a Judéia ficou sob o controle romano, e Antípater foi designado procurador, e Hircano, como sumo sacerdote. Antípater designou seu filho Fasael, governador da Judéia, e seu filho Herodes, governador da Galiléia.

2.2.2.      Sob os Procuradores (4 a.C. 70 d.C.) — Como seus herdeiros não puderam controlar a Judéia, esta passou para o governo romano direto, através dos odiados procuradores. De 6 a 66 d.C., não menos que 14 homens foram enviados à Judéia para governar os negócios. Geralmente esses homens eram aqueles com quem o imperador romano tinha uma dívida. Era uma posição lucrativa, e esses homens estavam mais interessados em se tornarem ricos do que em serem bons governadores. De tempos em tempos os judeus expressavam sua insatisfação e os choques inevitáveis surgiam. Esses grupos reacionários aumentaram em número a tal ponto, e os procuradores se tornaram tão implacáveis em suas políticas que a revolta aberta irrompeu-se em 66 d.C. Este foi o começo da Guerra Judaico-Romana de 66-70 d.C. Jerusalém foi tomada pelos romanos, sob a liderança de Tito, o Templo destruído, e o sacrifício ordenado por Moisés foi cessado até o dia presente. A nação judaica cessou de ser uma nação, e o judaísmo sofreu um golpe tremendo.

3.      CONTEXTO EM QUE VIVEU JESUS
3.1.     Aspectos físicos de Israel
·         Terra de Israel, país do oriente Médio.
·         Formada por três regiões: Galiléia (Norte), a Judéia (Sul) e a Samária (centro).
·         Palestina é atravessada de Norte a Sul pelo Rio Jordão, desaguando no Sul no Mar Morto. No Norte o Rio Jordão forma em grande lago chamado Mar de Tiberíades ou Mar de Genesaré ou Mar da Galiléia.
3.2.   Aspecto econômico
·         Palestina era uma região de passagem. Por ela circulavam soldados, comerciantes, mensageiros, diplomatas, etc.
·         Possuía importantes centros urbanos, como Cesárea e Jerusalém, que concentravam pessoas e atividades econômicas. Como em outras áreas do Império, nesta região existiam vias e portos, que facilitavam as comunicações e transporte de mercadorias e pessoas.
3.3.   A agricultura:
·         O trigo: é a base da alimentação é cultivada um pouco em toda parte, sobretudo na Galiléia que armazena e abastece a Judéia e Jerusalém, cujas necessidades são enormes por conta dos peregrinos durante as festas.
·         A cevada: é a segunda cultura no processo de rotação, tem a mesma repartição que o trigo. Em caso de carestia, sua farinha substitui a do trigo para a população; habitualmente, é a farinha dos mais pobres e serve para fazer ração para o gado e as aves.
·         As fiqueiras : são essenciais para a alimentação; durante a fome de 49 d.C. importam-se figos de Cipre, ao passo que normalmente produzem-se bastantes figos para exportar para Roma..
·         A oliveira: é muito encontrada em toda Palestina. Exporta-se óleo para o Egito e para a Síria. Embora não sendo esse óleo de primeira qualidade (exceto o de Técoa), costuma-se trazer óleo da Peréia para o Templo, mas como no caminho a mercadoria poderia se manchar transportam-se as azeitonas, que são prensadas em Jerusalém.
·         A vinha: brota por toda a parte na Judéia e deve ser de boa qualidade, pois o tempo não tem problema de abastecimento. É indispensável para a festa da Páscoa, na qual quatro taças circulam durante uma refeição (o vinho é cedido gratuitamente aos que não teriam recursos para comprá-lo). É bebida costumeira de todo Israel e certas marcas são exportadas para longe.
·         Frutas e legumes: Sobretudo lentilhas, ervilhas, chicória, agrião; há abundancia de frutas  e de legumes de toda espécie. Há certamente romãs e tâmaras de Jericó ou da Galiléia, produtos célebres no mundo inteiro. Há ainda as maças da Galiléia  e as nozes os bombons da antiguidade. Encontrem-se também tipos de árvores como o salgueiro, a acácia, o loureiro, o cipreste, o pinheiro.
3.4.   A pecuária:
·         A pecuária é certamente o setor mais deficitário da Palestina.
·         Criação dos rebanhos, numerosos na Judéia, o interesse está somente nas ovelhas (para a reprodução) e nos cordeiros (necessários para o culto);
·          Os bovinos, criados na planície de Saron, a política é a mesma: matam-se os vitelos machos e importam-se bois da Transjordânia.  (Se não houvesse Samária para atravessar, a Galiléia poderia também fornecer bovinos para o Templo) É o Templo o principal consumidor de carne, bem como as camadas abastadas da população: parece que o povo pobre come carne na Páscoa ou por ocasião dos sacrifícios de comunhão.
·         Outro elemento importante para o culto( que muitos pobres não podem oferecer senão isto em sacrifícios) são as pombas: são pegas na rede nas árvores e culturas da montanha da Judéia. 
3.5.   O comércio:
·         Desenvolve-se mais nas cidades e está na mão dos grandes proprietários de terras. Nos povoados, o comércio é reduzido e o sistema é mais de troca.
·         Toda a atividade comercial é controlada por um sistema de impostos. Essa política fiscal faz com que tanto o Estado judaico como o Estado romano se tornem monopolizadores da circulação das mercadorias impostos são cobrados pelos publicanos. Há também taxas para se transportar mercadorias de uma cidade para outra e de um país para outro. Esses impostos e taxas se tornam insuportáveis no tempo de Jesus.
·         O aparelho de Estado em Jerusalém exerce forte controle sobre a economia de todo país. Além de pólo de atração do capital nacional, o Estado é o maior empregador. (restauração do Templo, construção de palácios, monumentos, aquedutos, muralhas, etc. Nisso tudo, o Templo tem papel central: de coletar os impostos, através da qual boa parte da produção do país volta para o Estado; tem o trabalho do comercio para atender à necessidade dos peregrinos e, principalmente, para manter o sistema de sacrifícios e ofertas do próprio Templo.
·         Além de toda essa centralização econômica, o Templo emprega mão-de-obra qualificada, principalmente artesão. Assim, o Templo se torna o grande centro de exportação e denominação do povo.
·         Mas a exploração e dominação não se restringem à economia interna, pois a Palestina é colônia do império romano. Este também cobra uma série de impostos: o tributo (impostos pessoal e sobre as terras), uma contribuição anual para o sustento dos soldados romanos que ocupavam a Palestina e um imposto sobre a compra e venda de todos os produtos.
3.6.   Aspecto social
·         A sociedade de Israel pode ser dividida em quatro grandes grupos socioeconômicos: os ricos grandes proprietários, comerciantes ou elementos provenientes do alto clero; os grupos médios, sacerdotes, pequenos e médios proprietários rurais ou comerciantes; os trabalhadores em geral, sejam no campo ou nas cidades; e os miseráveis, mendigos, escravos ou excluídos sociais, como ladrões.

4.      INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS

4.1.     O Templo de Jerusalém

O mundo repousa sobre três coisas: a Torá, o serviço do Templo e a caridade.” [1]

4.1.2. Construções e destruições

O Templo é sob todos os pontos de vista o centro de Israel. O primeiro edifício foi construído por Salomão e destruído quando Jerusalém foi conquistada em 587 por Nabucodonosor. O segundo Templo, reconstruído após a volta do Exílio e inaugurado em 515, era muito mais modesto. Foi reedificado por Herodes em bases completamente novas.[2]

Podemos constatar na Bíblia momentos importantes, que marcam a vida do povo de Israel, sempre a partir da dinâmica do serviço religioso que se passava no Templo de Jerusalém. Entretanto, nem sempre houve, na história de Israel, um único Templo, mas sim, sobretudo no período que a história chama de pré-exílio (data anterior ao ano 587/6 a.C.), havia muitos outros santuários espalhados por todo o reino do norte – Israel – (cf. 1Rs 12, 28-31), e mesmo no reino do sul – Judá – (cf. 1Rs 11,7). A crença no monoteísmo do povo de Israel está intimamente ligada com a questão da centralidade do culto em um único Templo: o de Jerusalém.

            4.1.3. O primeiro Templo

A Bíblia nos informa o período da sua construção que fora por volta de 7 anos (cf. 1Rs 6,37), e o momento em que a Arca da Aliança é transladada por Salomão e os anciãos de Israel no Santuário que ele havia construído como morada para o Senhor: “Ora quando os sacerdotes saíram do santuário, a Nuvem (Shekinah) encheu oTemplo de YHWH...Então disse Salomão: ‘YHWH decidiu habitar a Nuvem escura. Sim eu construí para ti uma morada uma residência em que habitas para sempre’” (1Rs 8,10-13), e tem sua fixação por volta do ano 930 a.C., para o monte Sião (cf. 1Rs 8,1), nos diz também sobre os cuidados que cercaram sua construção (cf. 1Rs 5 - 6), e a sua Dedicação – Kadosh – ao serviço religioso (cf. 1Rs 8,62 – 9,9). Até sua destruição que ocorreu por volta do ano 587/6 a.C. por ocasião da invasão do Império Babilônico sob o reinado de Nabucodonosor que devastou a cidade de Jerusalém e seu Templo (cf. 2Rs 25, 1- 21; Jr 52, 12-14).

            4.1.4. O segundo Templo

 Não se sabe muito sobre a construção (estrutura) desse Templo[3], que o associam a Zorobabel. No entanto sua construção se dá por volta de 537 a.C. (cf. Esd 3, 11-12; 5), e sua Dedicação por volta do ano 515 a.C. (cf. Esd 6, 15-18). Por volta do ano 167 a.C. acontece à insurreição dos macabeus que lutam pela identidade do povo judeu contra o processo de aculturação dos gregos. Nesse contexto o Templo será profanado, pelo então monarca grego Antíoco Epífanes (cf. 1Mc 1, 41-56), e após os macabeus derrotarem os exércitos gregos irão, novamente, Dedicar o Templo de Jerusalém, por ocasião da sua profanação pelos pagãos (cf. 1Mc 4, 36-38.59). Por volta do ano 19 a.C. Herodes o Grande, então Rei da Judéia, iniciará um processo de ampliação das instalações do Templo que só terminará por volta do ano 28 d.C. (cf. Jo 2,20). Veja qual era a beleza do Templo de Herodes narrado por um historiador judeu, Flávio Josefo, que viveu no século I:
No aspecto externo do edifício, nada foi descuidado para impressionar o espírito e os olhos. Com efeito, como ele era recoberto de todos os lados por espessas placas de ouro, desde o nascer do sol, refletia a luz com tal intensidade que obrigava os que o olhavam a retirar os olhos como diante dos raios do sol. Para os estrangeiros que chegavam, ele aparecia de longe como uma montanha nevada, pois onde não era recoberto de ouro, o era de mármore mais branco. No alto, era eriçado de pontas de ouro agudas para impedir os pássaros de pousar e de sujar o teto.[4] 

4.1.5         O significado religioso do Templo

É muito importante, ao se estudar o judaísmo, buscar uma compreensão que seja justa para compreender a prática religiosa dos judeus em relação ao Templo de Jerusalém e a sua significação, e não meramente tecer críticas para dizer que o Templo servia apenas para manipulação do sagrado e oprimir o povo.
Trago aqui uma citação, sobre esse tema, do professor Donizete Scardelai que diz o seguinte:
Fora do seu contexto, o Templo pode ser tomado tanto como expressão desencarnada do espírito religioso que acompanhou Israel na história, quanto como paradigma ideológico que serve apenas para justificar abusos do poder. Críticas hostis, tanto ao Templo quanto à sinagoga, emergem, em geral, de construções teológicas em defesa do suposto aniquilamento das instituições judaicas transformadas em alvos nos ensinamentos de Jesus. Essa leitura é, normalmente, feita com apoio de textos do Novo Testamento, embora carente de contextualização histórica correta. Na concepção da cultura bíblica israelita, o Templo simboliza a residência divina (Shekinah), o símbolo da unidade nacional desejada pelo povo de Israel.[5]     

Segundo, o teólogo, Oskar Skarsaune o Templo de Jerusalém trás consigo dois pilares (conceitos) dos quais se apóiam as crenças judaicas, são eles: a) O Templo como morada de Deus; b) A expiação por meios de sacrifício.[6] Embora se deva destacar que, “nem todos os sacrifícios são expiatórios; se a comunhão do homem com a divindade é concebida como já existente, o sacrifício a cimenta; a expiação é necessária somente se a comunhão se considera interrompida pelo pecado do homem, que suscita a ira divina”.[7] 

O primeiro deles, o Templo como morada de Deus, já trabalhamos acima, importa nesse momento trabalhar a questão dos rituais de sacrifício.
O livro de Levítico (em hebraico Vaycra) nos capítulos de 1-7 discorre sobre os rituais de sacrifícios, merece destaque três deles que estão descritos nos três primeiros capítulos: a) Holocausto, Olah (que sobe); b) Oblação, Minhah (oferenda vegetal, primícias); c) Comunhão, Zevah Shelamim (partilha, comunhão).
Os sacrifícios, no Templo de Jerusalém, são um modo indispensável para o relacionamento entre Israel e Deus. Eram por meio deles, os sacrifícios, que Deus perdoava os pecados (purificava) da comunidade e participava intensamente da vida do povo a ponto de um dos nomes de Deus, guardado na memória do povo judeu, é Emanuel (cf. Is 7,14), isto é, Deus conosco. Isto demonstra a aproximidade entre Deus e o seu povo escolhido, Israel. 
Embora houvesse não poucas críticas aos sacrifícios como, por exemplo, podemos conferir nos seguintes livros (Am 5,21; Os 6,6; Sl 50; Mt 12,7). Essa crítica é justa e necessária uma vez que muitos faziam do ritual do sacrifício mero desencargo de consciência, isto é, pelo ritual acreditavam que estavam desobrigados a cumprir obrigações morais para com seu próximo (cf. Mc 7, 8-12), ou mesmo criaram um comércio muito lucrativo que manchava o verdadeiro sentido do ritual (cf. Mc 11, 15-19) nesse sentido, os profetas e o próprio Jesus denunciavam como ato distorcido daquele que deve ser o verdadeiro sentido do ritual. O ritual do sacrifício deve ser acompanhado por uma intencionalidade (Kavaná), e uma atitude sincera de conversão (Teshuvá). Sem esses pressupostos o sacrifício não é válido, pois, não busca mudança, não busca uma reorientação a partir da sua comunhão com Deus e com a comunidade, mas apenas cumpre-se um ato social que não compromete o indivíduo com o meio em que vive, portanto torna-se um ato alienante.

4.2.   A sinagoga

Sinagoga do grego, synagoge, “assembléia” ou “reunião”. Nome grego dos lugares judaicos de assembléia para oração e instrução (hebraico qahal, aramaico bet kenista). A sinagoga surgiu em conseqüência da destruição do templo de Jerusalém em 587 a.C. e da dispersão dos judeus fora da Palestina. Tendo-se tornado impossível o culto centrado no ritual do templo, a sinagoga se organizou como uma substituição para manter a unidade judaica na fé e no culto. A sinagoga não era, como o templo, a casa onde habitava a divindade, mas uma casa de encontro para a oração e o estudo da Lei.[8]
Após o exílio,
 a primeira preocupação foi reconstruir o Templo e restaurar o culto. Mas, o movimento sinagogal parece desenvolver-se sob o impulso de Esdras e Neemias. Os judeus, sejam da diáspora ou da Terra Santa, sentem a necessidade de tais reuniões, indispensáveis para manter sua fé no Senhor e para afirmar sua consciência de pertencer ao povo eleito. O roteiro do culto está centrado na oração e na meditação das Escrituras. Já que essa ação litúrgica não comporta nenhum elemento sacrificial, nela o sacerdote não tem nenhum papel determinado”.[9]

Isto porque a sinagoga é dirigida pelos fariseus, que se destaca por ser um grupo formado por leigos[10], e graças a sua adesão incondicional a observância da Lei (Torá=instrução), que o judaísmo sobreviveu a grande perseguição, seguida da destruição do Templo, em 70 d.C., foi o único grupo que sobreviveu ao massacre Romano.
Sobre os fariseus e sua fidelidade a Palavra de Deus veja o que nos diz os escritores do livro, Sábios Fariseus:

 “Os fariseus foram o único partido de Israel a sempre ter presente, em suas preocupações e ações, a realidade de uma diáspora de enormes proporções. Para os fariseus, todas essas experiências espirituais particulares e comunitárias, todos esses diferentes modos de ser na Lei constituíam uma unidade na tradição oral – e posteriormente escrita – da qual a Torá é o pilar, e sem a qual talvez hoje não houvesse religião judaica”.[11]

Do estudo da Torá o judaísmo farisaico (rabínico), extraiu duas diretrizes, igualmente, importantes para sua vida sócio-religiosa; a) Hágadah; b) Halacah.

a)      Hagadah: são histórias, parábolas, retiradas das Escrituras que visam ser utilizadas para um ensinamento, e tem como origem as raízes do povo;
b)      Halachah: são normas jurídicas, extraídas das tradições escritas e orais, as quais se chamam mitzva (no total são 613 preceitos) que conduzem a vida da comunidade.

Para percebermos, sobre um dos aspetos, o processo de continuidade entre o judaísmo e o cristianismo leia com atenção o que nos diz o magistério da Igreja:

“A Tradição completa a Escritura. O cristianismo partilha com o judaísmo a convicção de que a revelação de Deus não pode ser expressa completamente nos textos escritos. Essa convicção é manifestada no final do quarto evangelho, onde se diz que o mundo inteiro não poderia conter os livros que seria necessário escrever para narrar todas as coisas feitas por Jesus (cf. Jo 21,25). Por outro lado, a tradição vivente é indispensável para vivificar a Escritura e atualizá-la”.[12]

4.2.1.A Torá: razão da vida e da existência do povo

“Sede ponderados em vossos julgamentos, formai muitos discípulos e levantai uma cerca em volta da Torá”.[13]

4.2.2.       O que é a Torá?

O termo hebraico tora, traduzido por “lei”, significa mais exatamente “instrução”, isto é, ao mesmo tempo ensinamento e diretiva. A Torá é fonte suprema de sabedoria.[14]
A palavra hebraica TORÁ (תּוֹרָה) é habitualmente traduzida por LEI. Ela designa um conjunto de prescrições e leis, seja escrita, seja oral, cuja intenção é a de orientar a conduta moral e religiosa de seus membros. A palavra TORÁ designava uma instrução, ensinamento dado aos levitas, para a resolução de casos jurídicos e cultuais, aos quais estavam submissos[15].

O termo Torá pode ser entendido como sendo um conjunto de livros (TANAK), ou apenas os cinco primeiros livros da Escrituras, ou ainda uma compreensão mais abrangente, ou seja, as duas tradições, a escrita e a oral. Hoje na comunidade judaica a Torá é compreendida na sua dimensão mais abrangente, uma vez que o judaísmo rabínico foi o que se manteve ao longo da história, e esse por sua vez assumiu a integralidade das duas tradições, a oral e a escrita. 

4.2.3.       Duas Torot

A Torá é dom de Deus ao povo de Israel para promover a vida. Foi no Sinai que Deus entregou ao povo as Torot (forma plural de torá), isto é, as duas leis, uma escrita e outra oral (cf. Ex 20,1; 34,27), portanto temos aqui as duas tradições da religião judaica, a Palavra escrita (Escrituras) e a Palavra vivida (Tradição). Embora nem todos os grupos religiosos judaicos, da época de Jesus, aceitassem essas duas tradições, por exemplo, os saduceus só acreditavam na Torá escrita ao passo que os fariseus aceitavam a crença das duas Torá (cf. At 23, 1-8).
Alimentada pela Torá, orientada pelo serviço (culto do Templo, oração sinagogal), a vida judaica é também serviço de Deus na ação e, antes de tudo, na prática dos mandamentos. É nessa prática que a oralidade culmina. Trata-se, com efeito, de manifestar e propalar a Torá no mundo, não somente com palavras, mas também com atos.[16]

           
5.      Os Grupos Religiosos de Israel no séc.I d.C.
5.1.     Saduceus
a)      Significado do nome: são os Seduquim (da palavra tsadik = justiça). Tudo indica que o nome da seita vem de Zadoc (Tsadoc), que foi sumo sacerdote nos reinados de David e Salomão.
b)      Origem do grupo: Surge em 135 como um grupo já constituído. Eram descendentes dos hassidim. Vieram da tribo de Levi: “linhagem” sacerdotal e constituíam o Sinédrio. Grupo formado pela aristocracia sacerdotal. Com a destruição do II Templo (70 d.C), este grupo desaparece.
c)      Modo de Vida: Eram responsáveis pelos serviços do Templo (eram sacerdotes). Viviam a observar somente os dispositivos legais e as crenças que estavam explicitamente formuladas no Pentateuco. Eram homens educados, ricos e de boa posição social. Preocupavam-se muito com a política (colocavam o Estado acima da religião).                    
d)      Concepções do grupo:
·         Não aceitavam a Torah oral (negavam a tradição oral);
·         Consideravam somente o que estava escrito no Pentateuco (não consideravam os textos dos Profetas e os Escritos);
·         Não acreditavam na ressurreição (devido à ausência dessa doutrina na lei mosaica e por não terem escutado de seus pais nada a este respeito);
·         Não acreditavam na eternidade da alma e nem em destino: afirmavam que Deus não interferia na vida das pessoas, ou seja, eram a favor do livre-arbítrio. Os males que sofrem as pessoas são conseqüências de seus atos, assim como as coisas boas;
·         Adotaram a filosofia grega e eram a favor do helenismo;
·         Eram a favor de João Hircano pela unificação dos poderes político e religioso (unificar a figura do rei e do sacerdote).
      e) Fundamento Bíblico: Ez 40,46; 44,15; Mc 12,18-27; Mt 22,23-33; Lc 20,27-40.

5.2.    Fariseus
a)      Significado do nome: O nome fariseu deriva do termo “parash” (plural= “perushim”) que significa o separado, o afastado. Na Mishná o termo “parash” está ligado à Lei da Santidade (Lv 19,1); santo é o separado, o consagrado à religião, aquele que faz cumprir Torah.
b)      Origem do grupo: Estaria ligada a Esdras (458 a.C) que retornou do exílio para separar os judeus dos pagãos e proclamar  a Torah como centro da vida judaica. A Torah foi copiada pelos Soferim que deram origem a três grupos: os hassidins (piedosos, puros) que protegiam a religião judaica; os mitijavim que constituíam um grupo político helenizado e os leviatim que eram judeus convertidos do helenismo.  Os hassidins seriam os guardiões da Lei e durante a Revolta dos Macabeus auxiliaram-nos na guerra da independência contra Seleucidas. Após este período, teriam desaparecido. Quando João Hircano assumiu o poder, os fariseus já se distinguiam como grupo religioso e, no reinado de Salomé Alexandra, estão presentes em toda a Judéia.
c)      Modo de Vida: Os fariseus tinham vida simples; eram caritativos, prestavam serviços nos momentos difíceis; visitavam os docentes; honravam os idosos e cultivavam relações harmoniosas com a comunidade.
Como não aceitavam os sacerdotes do Templo, praticavam o culto segundo os preceitos dos antigos. Cultivavam a lei da pureza ritual e observavam as praticas religiosas com complexidade cada vez maior.
Foram os idealizadores da criação de escolas (Beit Midrash), para instrução do povo; nelas o ensino era unicamente religioso, baseado nas tradições antigas, inspiradas no Deuteronômio; posteriormente a escola tornou-se o local do culto (sinagoga).
d)      Concepções do grupo:
·         Aceitavam a Torah oral (tradição atribuída a Esdras); no dinamismo dos textos ouvidos e transmitidos de geração em geração (fazer discípulos). A torah oral não se opõe a escrita nem a complementa; as duas constituiriam duas expressões da mesma realidade (um único ato da Revelação). No momento em que Deus deu a Torah escrita também deu a Torah oral. Aceitavam a lei como um fato; tinham consciência de seus deveres e pediam perdão de seus pecados, agindo por temor ou por amor.
·         Para o fariseu, todo homem é feito a imagem de Deus e todos os homens têm direitos iguais. O pecado contra Deus é grave, mas é mais grave o pecado contra o próximo, pois também este, é um pecado contra Deus.
·         Os fariseus eram contra a expansão territorial, e achavam que o país deveria ser governado pela Torah.
·         Acreditavam na ressurreição (a alma sobrevive ao corpo); haveria castigo para os maus e recompensa para os bons. A crença na ressurreição aparece já em Is 2619; Dn 12,2.
 
e)      Fundamento Bíblico:  Mc 2,1-3,6; Mt 23,1-36

5.3.    Essênios
a)      Significado do nome: Do grego, Rossoi (rad. aramaico- curador) significa: Piedoso, Santo. Filon de Alexandria designava-os  de curadores de almas.
b)      Origem do grupo: Entre o período de 175 a135 aC, estão ligados aos Hassidins (hassideus). Após a luta dos Macabeus houve uma divisão surgimento os Fariseus e os Essênios. Estes, por não concordar com o comportamento de Fariseus e Saduceus  (luta pelo  poder; descendência do sacerdote...) retiraram-se para viver isolados, em comunidade monasticas.
c)       Modo de Vida: Viviam em comunidade isoladas, em busca da santidade, sem contato externo para não se tornar impuros;  Eram celibatários, casavam-se somente para dar continuidade  ao grupo, não aceitavam o divorcio.; Praticavam rituais de purificação, com banhos; A comida era Kasher, preparada  pelo sacerdote, tendo refeições comunitária. Tinham uma hierarquia religiosa. Havia o Mestre de Justiça, o sacerdote e o levita; Viviam de trabalho manuais e do mel e tâmaras. O intendente era o responsável das questões administrativa e econômicas; Assíduos ao estudo da Lei e faziam transcrições; São as primeiras comunidades monasticas a se estabeleceram em Qumran. Em Qumran encontraram pergaminhos e papiros contendo os textos Bíblicos (exceto o Lv, Ester), Textos Apócrifos (Lv dos Jubileus e Lv Enoc).
d)       Concepções do grupo:
  • Na relação com os Saduceus, aproximavam-se nas questões do cumprimento da Lei; e o opunham-se nas questões do Templo, acusavam os sacerdotes de acumular riquezas as custas dos humildes;
  • Na relação com os Fariseus: aproximavam-se nas questões de crer na ressurreição e que Deus intervém na história; opunham-se por não aceitar a Halahah e o Talmud;
  • Acreditavam que nãoliberdade do homem,e sim que Deus tudo predestinou, baseando-se na criação, onde Deus tudo sabe;
  • Consideram-se verdadeiro herdeiro da Aliança Mosaica;
  • Dividem o mundo entre filhos da luz e filhos das trevas. Os homens são maus porque vivem com os impuros;
  • Viviam na expectativa do fim do mundo e esperavam O Messias;
  • Não existia entre eles propriedade privada e renunciavam aos bens em beneficio da comunidade.

5.4.    Zelotas
a)      Significado do nome: O termo Zelota – em hebreu Kanai – significa alguém que demonstra excesso de zelo e entusiasmo.
b)      Origem do grupo: Prende-se com o movimento político judaicoséculo d.C., que procurava incitar o povo da Judéia a rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela forças das armas durante a grande Revolta Judaica. Era formado por camponeses do governo Vespasiano. Eram camponeses que não tinham campos para plantar e vinham fazendo pilhagem até Jerusalém.
c)       Modo de Vida:  Em 6 e 7 d.C, Judas, o Galileu, fomentou uma insurreição reprimida. Eram teocratas, defensores da teocracia. Eram anarquistas, que se juntaram aos levitas e à aristocracia rebelada. Pregavam o ódio aos estrangeiros. Os zelotas distinguiam-se pelo zelo na lei do Senhor e pela cultura de seu povo. Eram anti-romanos. Não aceitavam que a terra prometida estivesse sob poder do estrangeiro. Não aceitavam o domínio dos romanos e reagiam contra. Os zelotas contribuíram para conquistar para suscitar a agitação que  desembocou na grande revolta em 66 e na catástrofe de 70. Em 70, Tito destruiu o templo eles se refugiaram na fortaleza de Massada; Eleezer era o chefe.  Em 72, quando Flávio Silva, general romano, atacou Massada foram encontrados 960 cadáveres- eles se mataram quando perceberam que iam ser atacados. Eles, também, faziam culto com banhos rituais.
d)      Concepções do grupo: 
·         Partido religioso e político eram homens apaixonados pela lei de Deus, baseado no patriotismo. Qual a razão do povo não ter a terra prometida? A observância da lei do Sinai. Se não obedecer não tem terra. (Dt 11,23-25). Ficaram conhecidos como sanguinários porque se pegassem alguém lutando contra lei, matavam-no. A lei do Senhor era côo um código civil;
·         Foram guerreiros do Templo;
·         Lutava pela liberdade... Deus – estabelecimento da justiça (guerra).
·         Lc 6,15;  At 1,13; At 21,20.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebemos que estudar Israel  no Tempo de Jesus é entrar em contato com as antigas fontes daquele período histórico; é compreender a extensão desta época, suas riquezas e misérias; conhecer um pouco a história de diversos povos, situações, pessoas, idéias e esperanças, bem como dores e decepções que marcaram presença. Estudar Israel no Tempo de Jesus é compreender o Evento Cristo como uma obra temporal, feita e marcada com os limites e riquezas do tempo em que se deu. É uma aventura, uma viagem para o passado que tem muito a nos dizer e ensinar, a mostrar e explicar algumas situações, circunstâncias e realidades que hoje ou são desconhecidas o estão ai, mas não são percebidas em sua inteira dimensão cultural, religiosa, histórica, etc.



BIBLIOGRAFIA

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[1] . Tratado da Mishná sobre as máximas dos pais (Pirkei Avót 1,2)
[2] . Cadernos Bíblicos, A Palestina no tempo de Jesus, São Paulo, Paulus, 1983
[3] . J. Mackenzie, Dicionário Bíblico, verbete z, p. 915, São Paulo, Paulus, 1984
[4].  F. Josefo, Guerra Judaicas V, 222-224
[5] . D. Scardelai, Da religião bíblica ao judaísmo rabínico, São Paulo, Paulus, 2008, p. 99
[6] . O. Skarsaune, À sombra do Templo, São Paulo, Vida Acadêmica, 2001, p. 87-92
[7] . J. Mackenzie, Dicionário Bíblico, verbete S, São Paulo, Paulus, 1984,p.820.
[8] J. MACKENZIE, Dicionário Bíblico, verbete S,  São Paulo, Paulus, 1984, p. 882-884
[9].  C.SAUNIER, B. ROLLAND, A Palestina no tempo de Jesus, São Paulo, Paulus, 1983, p. 45-46
[10].  Leigos aqui para designar aqueles que não são da classe sacerdotal (levitas).
[11].  E.MIRANDA, J.M. SHORR MALCA, Sábios fariseus, São Paulo, Loyola, 2001
[12] . Pontifícia comissão Bíblica, O povo judeu e as suas Sagradas Escrituras na Bíblia cristã, São Paulo, Paulinas, 2002, p. 33.
[13] Tratado da Mishná sobre as máximas dos pais (Pirkei Avót 1,1).
[14] Pontifícia Comissão Bíblica, O povo judeu e as suas Sagradas Escrituras na Bíblia Cristã, São Paulo, Paulinas, 2002, p. 116
[15] Padre Ramires, De Sion sairá a Torá, trabalho de conclusão do curso de Teologia, 2008
[16] M. COLLIN, P. LENHARD, Evangelho e Tradição de Israel, São Paulo, Paulus, 1994, p.10
 

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