Holocausto, não – Shoá, sim!
Marcos Wasserman, presidente do Centro Cultural Israel-Brasil, em Tel-Aviv (Israel) Tenho uma vizinha que é um modelo de alegria de viver. Às sete horas da manhã ela vai nadar na piscina do bairro, dedica o resto dia a assistir conferências, visitar bibliotecas, e suas noites são sempre ocupadas com teatros, concertos ou palestras. Essa mulher não para. Super-ativa. É uma jovem de 85 anos. Tendo sobrevivido ao morticínio, ela chegou a Israel após a II Guerra Mundial. Naquela época, Israel, ainda incipiente, fez de tudo para acolher os sobreviventes. Mas nem tudo foi um mar de rosas, conforme ela me contou. Muitas vezes ouviu comentários, até ofensivos, de incrédulos que não podiam se conformar que os judeus tenham sido levados às câmaras de morte, como simples rebanho, sem reagir. Decorreram anos até que ela e outros, vencendo seus impedimentos mentais e tentando enterrar as tragédias nos fundos de suas consciências, resolveram abrir afinal a boca e contar o que aconteceu. O que j...