Atitudes para servir ao Senhor

PRINCIPÍOS BÁSICOS PARA SERVIR A DEUS

A palavra servo significa submissão, servidão, mas submissão, servidão a quem, ou a quê? Eis a questão. E isto é muito importante para o nosso entendimento e da maneira como vivenciamos o nosso ministério na Igreja e no mundo, ou seja, a quem servimos? Aliás, esse será o lema da campanha da fraternidade no ano de 2010: “Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24c). Portanto, para assumirmos o nosso ardor missionário na evangelização, de um modo especial no Encontro de Jovens Aliança de Israel, é preciso considerar algumas atitudes que devemos ter como servidores de Deus. Atitudes essas, que julgo serem, fundamentais para nossa caminhada, para o nosso ministério de evangelização e o crescimento do Reino de Deus no mundo. Eis algumas atitudes:

1.   A ORAÇÃO DO SERVO:

1Rs 3,9: “Dá, pois, a teu servo um coração que escuta...”
Interessante a oração do Rei Salomão, pois diante de tantos pedidos, que poderia ter feito, pediu um coração que fosse capaz de escutar. Eu me pergunto, porque ele não pediu um reino grandioso e poderoso, porque ele, Salomão, não pediu um acúmulo de riquezas, aliás, normalmente é isso que muitas vezes pedimos em nossas orações, como por exemplo, ganhar na mega sena sozinho, etc., mas o grande Rei Salomão não, não, ele não pediu riquezas nem exércitos numerosos, ele pediu um “coração que escuta”. Mas o coração tem ouvidos? Veja o que responde o autor do livro O Pequeno Príncipe, Saint Exupéry: “É apenas o coração que pode ver direito; o essencial é invisível aos olhos”.  Para o povo da Bíblia (semitas) o centro das grandes decisões não está na cabeça (cérebro, razão), mas sim nas entranhas (sentimentos, por exemplo, 1Rs 3,26; 1Mc 2,24), isto significa dizer que ouvimos melhor a Deus quando voltamos o nosso coração ao Senhor, não que pela razão (inteligência) não sejamos capazes de ouvir a Deus, mas a experiência adquirida ao longo do tempo nos ensina que não somos capazes de contabilizar  nossas emoções, não equacionamos o amor desprendido pela amada, muito menos fracionamos nossas amizades, o que fica são as emoções de amores amado, de amizades vividas, isto tudo é viver e nosso Deus está intimamente ligado com nossa história e são nessas relações vividas que fazemos a experiência de Deus em nossa vida, e é por isso que precisamos pedir a Deus que tenhamos um coração que seja capaz de escutar os apelos e os gritos de nossos irmãos que se drogam e se perdem no anonimato de uma vida sem sentido, e dessa maneira vivem reféns de muitos vícios que os torturam até a morte, precisamos de um coração que escuta para ouvir os apelos e os gritos de nossas irmãs que vendem seu corpo e se iludem de que o grande sentido da vida está no prazer, dessa maneira, tanto ele como ela, profanam aquilo que é mais sagrado: A VIDA, pois, fomos criados a: “IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS” (Gn 1,26) Pedimos a Deus um coração que escuta para podermos, então, discernir entre o bem e o mal, entre a voz de Deus e a sua vontade que é nos dar vida,  da voz da serpente e a sua maldade que é dar a morte. O servo, a serva de Deus precisa rezar e pedir constantemente a Nosso Senhor um coração que escuta, assim como as ovelhas, a voz do Pastor, e seja capaz de deixar o leme de sua vida nas mãos de Nosso Senhor, até que chegue o ponto de Jesus dizer para nós, “Já não vos chamo servos, mas eu vos chamo amigos (Jo 15,15).
“Dá, pois, a teu servo um coração que escuta...para discernir entre o bem e o mal”.


2.   O SERVO É IGREJA

1Cor 12,27: “Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte”. É preciso deixar bem claro a todos nós, servos, que, nosso ministério, nossa evangelização, nossa pessoa, nossa vida, se confunde com a vida da Igreja, isto é, como nos bem lembrou o Concílio Vaticano II (1962-65) quando recuperou o modelo de Igreja Povo de Deus, portanto, a Igreja somos nós, eu e você meu irmão, minha irmã. Por isso pode-se afirmar, sem medo de errar, que tudo aquilo que o servo, a serva, espera da Igreja deverá ser o que ele, ela, espera de si mesmo. E o que é que esperamos de nós mesmos? esperamos que sejamos capazes de nos perdoar, de receber uma boa acolhida, que estejamos envolvidos, comprometidos com aquelas ações que julgamos trazer sentido para nosso viver, isso é o que esperamos de nós mesmo, e esse sentimento faz eco a vida da Igreja, portanto, querer participar de um encontro de jovens acolhedor que anima e encoraja as pessoas, que fazem o encontro, a trabalhar na evangelização junto conosco, dependerá de nossas atitudes, de como eu serei acolhedor para com aqueles que virão para o encontro. É totalmente falsa a afirmação, e não são poucas as vezes que ouvimos que a Igreja é fria, que as pessoas não são renovadas, que tudo isso é porque o padre é assim, ou porque o coordenador é assado, o problema, meu amado, muitas vezes não está no outro, mas sim em nós mesmo. Não devemos de forma alguma dar contra testemunho da nossa Igreja, eu e você sabemos que não são poucos os problemas que existem nela, mas eu pergunto é só na Igreja que existem problemas? Na sua casa, no seu namoro, no seu trabalho, na sua escola, na sua família, não existem problemas? Ora, se em todos esses lugares encontramos problemas porque não haveríamos de encontrá-los também na Igreja? O servo, a serva, precisa amar a sua Igreja, assim como Jesus amou sua Igreja e se entregou por ela (cf. Ef 5,25). Somos membros (nossos ministérios) do mesmo corpo (Igreja Católica) e Cristo é a cabeça (Senhor). É totalmente mentirosa o pseudo-provérbio que se tornou muito comum em nosso meio que diz: “Cada um por si e Deus por todos”, Deus não pode estar no meio de uma divisão, quem divide é o diabo (dia-bollus, isto é, o que divide, o que separa), portanto, o nosso grande trabalho de evangelização consiste em formar comunidade, viver em comum-unidade, tirar as pessoas do seu egoísmo e trazê-las ao convívio com as demais pessoas, isso é o que devemos fazer, e o melhor, cada um evangelizando segundo o seu chamado o seu ministério, pois todos, eu disse todos, são importantes e de igual valor para Deus. Assim como São Paulo faz a analogia do corpo humano com a Igreja nos faz pensar que, nenhum membro do corpo é igual ao outro, existem funções diferentes dentro do mesmo corpo, mas todas essas funções exercem algo ímpar, único, e essas funções da mais complexa a mais simples, implica em algo que somente aquele determinado membro do corpo pode fazer, pois você é único não existe no mundo ninguém igual a ti meu irmão, isso não é maravilhoso.
“Ora, vós sois o corpo de cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte”   

“DEUS NOS FEZ PERFEITOS E NÃO ESCOLHE OS CAPACITADOS, CAPACITA OS ESCOLHIDOS” (Albert Estein).
Marivan Soares Ramos
Paróquia São Pedro

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O INEFAVEL NOME DE DEUS

AFONSO MARIA RATISBONNE e THEODORO RATISBONNE

Carta às Conferências Episcopais sobre "o Nome de Deus"