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Mostrando postagens de abril, 2011

A missão das comunidades: "A paz esteja com vocês!"

Texto extraído do livro "RAIO -X DA VIDA" de Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino, publicado pelo Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).    1. SITUANDO Na conclusão do capítulo 20 (Jo 20, 30-31), o autor diz que Jesus fez "muitos outros sinais que não estão neste livro. Estes, porém, foram escritos (a saber os sete sinais relatados nos capítulos 2 a 11) para que vocês possam crer que Jesus é o filho de Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, que acreditando, ter a vida no nome dele" (Jo 20, 31). Isto significa, inicialmente, esta conclusão era o final do Livros dos Sinais. Mais tarde, foi acrescentando o Livro da Glorificação que descreve a hora de Jesus, a sua morte e ressurreição. Assim, o que era o final do Livro dos Sinais passou a ser conclusão também do Livro da Glorificação. 2. COMENTANDO 1. João 20, 19-20: A experiência da ressurreição Jesus se faz presente na comunidade. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acre

Santo Sudário: as primeiras surpresas e constatações

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Há 100 anos, em 1898, um devoto do Santo Sudário, o advogado italiano Secondo Pia, não imaginava que um simples e despretensioso gesto seu iria mudar substancialmente a história daquela sagrada relíquia. Sendo fotógrafo amador, foi ele quem pela primeira vez fotografou o venerável tecido durante uma exposição pública, no período de 25 a 28 de maio daquele ano. Qual não foi sua surpresa ao constatar, quando revelou o filme, ter aparecido no negativo a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, imperceptível na observação direta do pano. Diante desse acontecimento, o Santo Sudário saiu do quase anonimato, a que estava reduzido, para a glória. A descoberta foi considerada como "a revelação de fim de século", reacendendo o antigo fervor na devoção ao Sagrado Linho. Esta devoção, até então apenas popular, passou a ser um verdadeiro desafio à ciência. Pesquisadores dos mais diversos países acorreram a Turim e debruçaram-se sobre o misterioso lençol para tentar decifrar o seu en

O DUELO ENTRE A VIDA E A MORTE - LEONARDO BOFF

Num dos mais belos hinos da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, se canta que "a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto mas eis que agora reina vivo". É o sentido cristão da Páscoa: a inversão dos termos do embate. O que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer o vencedor, quer dizer a morte. Por isso, a grama não cresceu sobre a sepultura de Jesus. Ressuscitado, garantiu a supremacia da vida. A mensagem vem do campo religioso que se inscreve no humano mais profundo, mas seu significado não se restringe a ele. Ganha uma relevância universal, especialmente, nos dias atuais, em que se trava física e realmente um duelo entre a vida e a morte. Esse duelo se realiza em todas as frentes e tem como campo de batalha o planeta inteiro, envolvendo toda a comunidade de vida e toda a humanidade. Isso ocorre porque, tardiamente, nos estamos dando conta de que o estilo de vida que escolhemos nos últimos séculos, implica uma ve

A ÚLTIMA CEIA: O AMOR É UMA FORÇA CRIADORA - MESTERS, MERCEDES LOPES, OROFINO

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1. Situando o texto a) Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus apresentaram o quinto e último Sermão da Nova Lei de Deus. Os capítulos 26 a 28 descrevem a sua promulgação. De fato, desde o Sermão da Montanha, inúmeras vezes, Mateus já vinha afirmando que o objetivo da Nova Lei é o amor e a misericórdia (Mt 5,43-48; 7,12; 9,13; 12,7; 22,34-40). Agora, nesta parte final dos capítulos 26 a 28 que narram a paixão, morte e ressurreição, ele descreve como Jesus praticou o amor, levando a Lei ao seu pleno cumprimento (Mt 5,17). b) A descrição da paixão de Jesus acentua o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência de três anos, nenhum deles ficou para tomar a defesa de Jesus. Judas traiu, Pedro negou, todos fugiram. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para provocar desânimo nos leitores, mas para ressaltar que o acolhimento e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos! Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para as Comunidades

JESUS ESTÁ VIVO ALELUIA, ALELUIA!

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         SALMO 22,2: “MEU DEUS, MEU DEUS POR QUE ME ABANDONASTE”          Foi no momento de sofrimento mortal, que Jesus rezou estas palavras (cf. Mt 27,46), já muito próximo da morte após sofrer todo tipo de humilhação e dor e de experimentar o abandono por parte dos seus discípulos. A pergunta que fazemos é, será que Deus Pai também havia abandonado Jesus? Por que seu grito parece ser um grito de abandono de solidão.          Também nós nos sentimos solitários e é justamente nos momentos de dores e sofrimentos que também passamos pela experiência do abandono, da solidão, nos parece que é exatamente nos momentos em que mais precisamos de ajuda que nos encontramos sozinho. E também, como Jesus, dizemos, “Senhor por que me abandonaste?”          É nesses momentos de dificuldades que somos tentados a fugir de nossas responsabilidades, de não aceitar e até mesmo de se revoltar contra Deus, Jesus também quis renunciar a sua missão (cf. Mt 26,39), mas, assim como ele, é preciso buscar for

PALAVRA E SILÊNCIO

O que dizer deste trágico e inesquecível dia 7 de abril carioca? O que dizer frente ao massacre de 12 crianças e adolescentes em plena sala de aula? O que dizer, na noite seguinte, diante dos muros revestidos de flores e velas da Escola Municipal de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro? O que dizer de uma violência tão nua e crua, tão fria e meticulosamente calculada? As palavras emudecem. Emudece a escola Tasso de Oliveira, com suas paredes banhados de sangue inocente. Igualmente mudos ficam a Cidade Maravilhosa, o Brasil e o Mundo. Mudos e atordoados, estupefatos, quedamos todos nós! Palavras como perplexidade, terror, barbárie ficam aquém dos fatos brutais... Infinitamente aquém! Parece que só o silêncio respeitoso e reverente é capaz de dizer algo. No sangrento espetáculo de vidas tão precocemente ceifadas, as palavras parecem sobrar ou faltar. Serão sempre de mais ou de menos. Entretanto, não basta o silêncio! Ainda que as palavras sejam de menos, é preciso arriscar algumas,

O PAPA BENTO XVI AFIRMA QUE ALGUMAS FORMAS DE RELIGIOSIDADE POPULAR ‘CRIAM CONFUSÃO’

O Papa Bento XVI disse, nesta quinta-feira, que a piedade popular é uma forma de expressão da fé da Igreja, mas chamou a atenção para o fato de que existem formas desviadas de religiosidade popular que, longe de fomentar uma participação ativa na Igreja, criam confusão. O pontífice manifestou seu ponto de visto no discurso que dirigiu aos participantes da sessão plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina, que se reuniu por estes dias no Vaticano para analisar a “incidência da piedade popular no processo de evangelização da América Latina”. A reportagem é da Agência Efe, 08-04-2011. A tradução é do Cepat. O bispo de Roma recordou sua visita a Aparecida do Norte, em 2007, e que ali os bispos latino-americanos apresentaram a piedade popular como um espaço de encontro com Jesus Cristo e uma forma de expressar a fé da Igreja. Portanto, acrescentou, não pode ser considerada como algo secundário da vida cristã. O Papa Ratzinger assinalou que essa expressão simples da fé tem su

Ressureição de Lázaro: o 7º sinal é na “casa dos pobres”

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O artigo aqui apresentado encontra-se no livro Raio-X da Vida de Carlos Mesters, Francisco Orofino e Mercedes Lopes.  Clique no link para saber mais sobre o livro. Você também pode adquiri-lo em promoção pelo e-mail vendas@cebi.org.br . A pequena comunidade de Betânia, onde Jesus gostava de hospedar-se, reflete a situação e o estilo de vida das conunidades do Discípulo Amado. Betânia quer dizer “casa dos pobres”. Marta quer dizer “senhora” (coordenadora): uma mulher coordenava a comunidade. Lázaro significa “Deus ajuda”: a comunidade pobre esperava tudo de Deus. Maria significa “amada de Javé”: era a discípula amada, imagem da comunidade. O episódio de Lázaro comunica esta certeza: Jesus traz vida para a comunidade dos pobres. Jesus é fonte de vida para todos os que nele acreditam.   Comentando o texto   1 . João 11,1-16: Uma chave para entender o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro Lázaro estava doente. As irmãs Marta e Maria mandam chamar Jesus “Aquele a quem amas está doente

AS LÂMINAS DE CHUMBO COM POSSÍVEIS TEXTOS SOBRE OS ÚLTIMOS ANOS DE CRISTO

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Artefatos descobertos em uma caverna remota na Jordânia poderiam oferecer um relato contemporâneo dos últimos anos de Jesus. O achado dos pergaminhos e de 70 códices de chumbo – pequenos volumes do tamanho de um cartão de crédito – contendo a antiga escrita hebreia e falando do Messias e da Ressurreição despertou o interesse dos estudiosos da Bíblia. Grande parte da escritura está em código, mas os especialistas decifraram as imagens, símbolos e diversas palavras. Os textos poderiam ter 2.000 anos. Alguns acadêmicos mostram-se céticos com relação à descoberta, já que foram inúmeras as fraudes e as falsificações sofisticadas produzidas nos últimos anos. Muitos dos códices estão selados, o que sugere que poderiam ser escritos secretos referidos no livro apócrifo de Esdras, um apêndice de algumas versões da Bíblia. Os textos foram escritos em pequenas folhas de chumbo atadas com um arame. O tesouro foi encontrado há cinco anos por um israelense beduíno e pode existir desde o século I

POSSÍVEL PRIMEIRO RETRATO DE JESUS

Poderia ser o primeiro retrato de Jesus, esculpido pelos seus contemporâneos e usado como "capa" de um livro sagrado que contém imagens e relatos sobre a vida e sobre a morte de Cristo. Uma descoberta que faz enlouquecer de curiosidade, empolgação e preocupação todo o exército de arqueólogos, colecionadores, bibliófilos e historiadores das religiões que palpitam por todo achado na Terra Santa: nada de tão antigo já surgiu sobre o cristianismo. Alguns são levados a chamá-lo de "o diário de Jesus". Outro notam que a existência de um livro selado, que contém informações sagradas, é mencionada na Bíblia, nas Revelações. É possível que aquele livro, confeccionado pelos primeiros cristãos, por seguidores que haviam visto, ouvido e seguido jesus nas suas primeiras peregrinações, tenha sido enfim encontrado? Há um grande "se" ao lado dessas perguntas: se o livro é autêntico. Certamente, ele já colocou em ação uma série de tratativas, investigações, maquinações

CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA

A santa Igreja, expressando os votos de 2.344 (contra apenas seis) de seus mais eminentes filhos, reunidos no Concílio Vaticano II, na Sessão Pública do dia 18 de novembro de 1965, promulgou o seguinte documento, que reproduzimos na íntegra: Paulo Bispo, Servo dos Servos de Deus, juntamente com os Padres do Sagrado Concílio, para perpétua memória do acontecimento: Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina. INTRODUÇÃO 1 A Palavra de Deus é religiosament auscultade com coragem proclamada pelo Concílio, que faz suas as palavras de São João: Nós vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e se nos manifestou: nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos ´ para que vós também estejais em comunhão conosco e a nossa comunhão seja com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo ( I Jo 1, 2´3). Por isto, seguindo as pegadas dos Concílios Tridentino e Vaticano I, este Santo Concílio se propõe expor a genuína doutrina acerca da Revelação Divina e de sua transmissão a fim de que, pelo anúncio da