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Mostrando postagens de março, 2012

Quem não crer, já está condenado. Condenado a quê?

O texto do evangelho a ser proclamado neste domingo (Jo 3,14-21) traz uma bonita e ao mesmo tempo controversa frase: Deus amou o mundo de tal maneira que entregou seu Filho único para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3,16). Tamanho foi o amor de Deus que nos deu seu único filho! Mas por que o mesmo Deus que proibiu o sacrifício de Isaac (Gn 22) entregaria seu próprio filho? Queria o pai que seu Filho fosse morto por nós? Se não queria, por que permitiu isso? Era necessário que o Filho do Homem fosse levantado no madeiro (Jo 3,14)? Sabemos que o quarto evangelho teve sua redação já no final do primeiro século, momento em que muita gente vinha entregando a vida pela causa do Evangelho, no serviço aos pobres, na partilha dos bens e até mesmo no enfrentamento com o Império Romano, por meio do martírio. Por outro lado, não era pequeno o grupo que contestava essa postura: para seguir Jesus bastava buscar a "iluminação", abrir-se ao conhecimento, à gn

Bento XVI e Bíblia: método histórico-crítico sim, mas a partir do Magistério

A Tradição não impede o acesso à Escritura Por Inma Álvarez   CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- O método histórico-crítico de pesquisa da Escritura é legítimo e necessário, mas deve ser interpretado segundo sua chave, que é a fé da Igreja, considera Bento XVI. "Se a exegese pretende ser também teologia, deve reconhecer que, sem a fé da Igreja, a Bíblia permanece como um livro selado: a Tradição não fecha o acesso à Escritura, e sim o abre." Assim explicou o Bispo de Roma nesta segunda-feira aos professores e alunos do Pontifício Instituto Bíblico, instituição fundada em 1909 por São Pio X, dirigida pela Companhia de Jesus, ao recebê-los hoje no Vaticano por ocasião das celebrações do centenário. O Papa aludiu ao longo debate sobre o método histórico-crítico de pesquisa da Escritura, que pretende investigar o significado dos textos bíblicos através do contexto histórico e da mentalidade da época, aplicando as ciências modernas. B

Milton Schwantes

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Faleceu ontem, primeiro de março, o Teólogo e pastor luterano Milton Schwantes. Era Graduado em teologia pela Escola Superior de Teologia (1970), São Leopoldo/RS. Doutor em Bíblia/AT pela Universidade de Heidelberg/Alemanha, com tese sobre “O direito dos pobres no Antigo Testamento” (1974). Doutor  honoris causa  pela Universidade de Marburgo/Alemanha (2002).  Desde 1988, foi professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião/Universidade Metodista de São Paulo. Concentrava suas pesquisas e atuação docente em Bíblia/Antigo Testamento, principalmente em: exegese e teologia bíblica. Igualmente se dedicava a arqueologia do Antigo Oriente e ao ugarítico. Foi docente dos cursos de Teologia (Graduação Presencial), Teológico Pastoral e de Especialização em Bíblia. Milton Schwantes foi coordenador do Programa de  Pós-Graduação em Ciências da Religião por dois mandatos e docente na temática Antigo Testamento, além de lecionar na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista. Ainda

A ORAÇÃO DO CRISTÃO

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  Oração é a comunicação com Deus !   Deus é o Criador, nós somos a criatura. A relação da criatura com o Criador é o núcleo central da religião. Está ligado aos demais relacionamentos humanos: troca de informações e sentimentos com as pessoas, agressão ou respeito à natureza. O tipo de relacionamento do homem com a natureza e com as demais pessoas mostra a posição que ele toma diante de Deus. Oração é o resultado de nossa busca amorosa de Deus e de nosso esforço: são as atitudes e as ações que tomamos ou fazemos em vista da relação de amor com ele. Oração é a tentativa de diálogo amoroso da criatura com o Criador. Esta relação supõe esforço de comunicação e atenção para perceber os sinais e palavras de Deus, que chegam ao homem, quase sempre, de forma indireta. Pelo fato de sermos limitados e Deus infinito, o nosso relacionamento com Deus nos coloca em dependência amorosa, como filho em relação ao pai. Quando alguém se julga independente de Deus, restam-lhe poucas oportunidades